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CARLOS SARAIVA: Reencantar a sociedade

Companheiros(as), o PT, sofre desde sua fundação, pressões à direita e à esquerda. Estas pressões por motivos óbvios se intensificaram com a eleição de Lula à presidência. Agudizaram com o episódio de 2005 e tornaram-se crônicas.
O PT, foi aos poucos, deixando de fazer autocrítica, substituindo-a pela luta interna meramente hegemônica. A falta de autocrítica, levou o partido cair, na lamuria, na mea culpa, no constrangimento, na paranóia persecutoria e mais grave na acomodação defensiva. Deixou para que a inércia do esquecimento, baseada no "bom governo", nas "bôas relações" com os movimentos sociais e a "fidelidade" da militância resolvesse as contradições e as "chantagens" da "governabilidade". Surgiu a reclamação do "fundamentalismo ideológico sectário", "coorporativismo estreito", "ressentimento antipetista oportunista". É bem verdade, que tudo isto existe, mas floresceram, como, as manifestações de junho e agora um "renascer nacionalista", pelo vazio politico, deixado pelo PT, no seio da sociedade. Parece que o partido, não consegue se livrar da "síndrome de escravo". Parece seguir à risca o que o conservador Gilberto Freire, deixou escrito; os habitantes da senzala, servirão sempre os senhores e as madames da casa grande, harmoniosamente. 
E agora, começamos à emitir palavras de ordem;, "precisamos retornar às nossas origens", "dialogar com os movimentos sociais", "dizer não às privatizações", "acabar com o burocratismo partidário", "o partido como máquina eleitoral" e o mais "importante", "lutar pelo socialismo". E na esteira desta peroração, "acabar com as alianças à direita", em especial com o PMDB e fortalecer as alianças programáticas com a esquerda". Excelente, assinamos com fervor revolucionário. Verificamos, no entanto, que este discurso, está sendo feito, em resposta, justamente às pressões, que reclamamos, que existem, que deixamos existir. E agora, respondemos com uma retórica e um discurso acrítico. 
Volta a necessidade, agora urgente, de fazermos as perguntas, no meio das contradições existentes; Somos hoje, um partido de direita, que defende um governo entreguista, cujos adversários que nos acusam de intervencionistas, querem nos derrotar? Somos um partido em franca deterioração ideológica , que defende um governo neoliberal, cujos neoliberais e a imprensa comprometida, em nos acusando de "populistas bolivarianos", fazem uma campanha de reciclagem , retirando do interior da "esquerda", "a nova politica", para nos derrotar? "Precisamos fazer alianças programática com a esquerda". 
Que esquerda? O momento é sim importante para reflexões.O momento é de autocritica e não lamurias, O momento é fazer politica e não voluntarismos inconsequentes. O momento é de "bom senso " e não seguir o "senso comum publicado", o coorporativismo estreito, o neonacionalismo, oportunista e de ocasião. Lembrar que o socialismo se alcança na prática, no cotidiano, no embate no interior dos movimentos sociais, na sociedade. Precisamos sim de mais Dialética e menos estética(retórica). Assim , podemos retornar o protagonismo militante e reencantar a sociedade. 
Aquele abraço. 
Carlos Saraiva

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